sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Senti uma emoção muito grande agora ao ler minha história com a Terra Firme..acompanhem também amigos (as) o que Silvia Silvia De Souza Leão retratou com essa linda matéria..Sniff!!! www.museu-goeldi.br (Museu Paraense Emílio Goeldi)

Do outro lado da rua: a pesquisa

Após muitas tentativas, o Museu de Portas Abertas veio para ficar

“Foi em 1986 que nós nos organizamos. No dia marcado, nos atravessamos com 60 crianças. Conhecemos tudo. Foi professora, alunos, familiares. A partir daí foi uma atividade atrás da outra”. A pedagoga e mestre em Educação, coordenadora do Núcleo de Visitas Orientadas do Parque (NUVOP) do Museu Goeldi, Helena Quadros se emociona ao lembrar o início do trabalho do Museu de Portas Abertas.

A convite do então Diretor do Museu, Guilherme de La Pena, Helena foi ao encontro de um grupo formado pela comunidade da Terra Firma, bairro onde fica localizado o Campus de Pesquisa, para fazer uma aproximação do Museu com essa comunidade. Já tinham sido feitas outras tentativas, sem sucesso. Helena então aceitou o desafio e começou o trabalho já com uma grande mudança: dar a essa comunidade a oportunidade de visitar o Parque do Museu de graça. “E eles adoraram, gritaram, bateram palmas: diziam viva a professorinha!”

O início - À época, a pedagoga trabalhava na Museologia, atuando na visitação de escolas e exposições. Depois, em reuniões com a comunidade da Terra Firme, Helena pode ouvir o que as lideranças comunitárias sentiam com relação a instituição. “Poxa Helena, a gente queria conhecer o Museu”. O que tem ai atrás desses muros do Museu?”

Em troca, pediu o apoio da comunidade: queria fazer um levantamento do bairro da Terra Firme. “Quantas escolas, quantos centros comunitários, enfim, informações básicas que pudessem nortear o trabalho a ser desenvolvido a partir dos anseios da comunidade”, lembra a pedagoga.

O caminho – Apesar de ter encontrado algumas dificuldades, ouvido alguns nãos de pesquisadores que encaravam com certa cautela a proposta de abrir espaço para mostrar seus trabalhos de pesquisa para não pesquisadores, Helena não desistiu. O primeiro sim aconteceu a partir de uma conversa com Dr. Novaes, pesquisador da Coordenação de Zoologia, que permitiu a visita das crianças à Zoologia. “Falei para ele do nosso trabalho com a comunidade que estava no início; sobre a pesquisa que estava realizando nos bairros, e ele então se sensibilizou e disse: “tá bom”.

Desde então, as outras coordenações demonstraram interesse em participar da atividade que passou a fazer parte das comemorações de aniversário do Museu Goeldi. Helena lembra tudo isso com muito carinho e diz que a realidade é outra. “Hoje a atividade já está consolidada, porque o pesquisador compreende a importância de divulgar sua pesquisa para o público de forma mais direta. Todos querem participar, dão a sua contribuição para levar para dentro do Museu essa comunidade”.

Serviço

Museu de Portas Abertas – A programação desse ano traz tendas montadas pelo parque, no dia 6 de outubro, data em que é comemorado o aniversário do Museu. O Portas Abertas trará armadilhas para insetos, debate sobre o lixo e fósseis, além da apresentação de bonecos de fantoche em homenagem a pesquisadora Raimunda Potiguara, da Coordenação de Botânica. Em dois dias de exposições (19 e 20/10), no Campus de Pesquisa, pesquisadores das áreas de Botânica, Zoologia, Ciências Humanas e Ciências da Terra e Ecologia mostrarão fungos e os grãos de pólen em microscópios, apresentarão plantas úteis, óleos essenciais, exposições fotográficas, acervos técnicos, livros, história e saúde indígena.

Para participar - Escolas de ensino médio e fundamental, universidades e centros comunitários devem se inscrever com antecedência. As inscrições podem ser feitas pelo email nuvop@museu-goeldi.br ou pelo telefone: 3282-3249.

Texto: Silvia de Souza Leão

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